Repórter – “Mesmo depois de tudo que havia experimentado com Anna e passando todo este tempo com ela, este controle científico, esta parte racional do meu cérebro segue tendo dúvidas, e me pergunto o que é que falta para me convencer totalmente”.
Então uma oportunidade única se apresentou. No curso do meu trabalho havia me encontrado com Jurg Olsen, um ex-policial que se tornou conservacionista, e sua esposa Karen montaram o Jukani Parque para Predadores. Neste parque muitos felinos grandes são resgatados de maus zoológico e reservas de caça, e lhes são oferecidos um lugar e cuidados pelo resto da vida.
Jurg tem uma relação extraordinária com seus felinos e os maneja de uma forma raramente vista antes. Porém havia um grande felino com o qual não sabia o que fazer.
Este leopardo negro chamado Diablo havia sido resgatado de um zoológico europeu onde havia sido maltratado. Esta experiência o havia desconfiado e furioso. Tudo que ele fazia era sentar-se em seu abrigo noturno rugindo para qualquer um que se aproximasse.
Seis meses se passaram e Jurg estava perdido, sem saber como lidar com ele.
Jung: – “Toda a atmosfera era uma vibração de agressividade, como se dissesse: Eu te odeio e te matarei. E o único contato que tive com ele me enviou para o hospital por uma semana, por causa de uma mordida”.
Pensei: aqui está um caso perfeito. Se Anna pudesse conseguir que este animal mudasse seu comportamento se tornando bem adaptado, não me restaria nenhuma escolha a não ser reconhecer que ela dialoga com os animais.
Levou algum tempo para convencer Jurg a trazer Anna.
Jurg – “Ele é um felino perigoso. É muito, muito perigoso. Ele me odeia e odeia a todos. Na minha opinião as chances de um comunicador de animais mudar isto… hum …falta muito para me convencer. Sinceramente eu não acredito que um animar possa conversar com um humano ou se comunicar com um humano. Tenho tido animais por toda minha vida, nós lhe damos comandos, instruções e eles fazem basicamente o que os habituamos a fazer. Mas eu sou muito cético para pensar que um animal como Diablo se comunicará ou possa se comunicar com humanos. Eu estou desesperado, porém não quero perdê-lo”.
Me certifiquei que Anna não tivesse tido nenhuma informação sobre Diablo ou sua história antes de vir falar com o leopardo negro.
Eu estava nervosa para ver o que aconteceria, já que este animal não permitia que ninguém se aproximasse de seu abrigo noturno sem que houvesse muito grunhido e rosnado, mas no instante que viu Anna ele se acalmou e permitiu que ela se ajoelhasse do lado de fora e olhasse para ele.
Anna – “Este lindo leopardo negro, que você pediu que nos comunicássemos com ele, está muito sobrecarregado por seu novo ambiente, tendo vindo de um lugar muito estressante e opressivo para ele. Este lugar, fornecido a ele, está tão condicionado por circunstâncias infelizes passadas, que como resultado, não quer ter nada com os humanos.
Ele é imensamente poderoso e quero dizer, não apenas fisicamente, que bem sabe e respeita, mas sim que é imensamente poderoso, com sabedoria e presença energética e personalidade, muito maior do que alguém jamais tenha apreciado antes e pede uma certa quantidade de respeito por isto, de novo, não de uma forma necessitada, mas realmente em virtude do que é, como ser.
Há algo particular sobre seu nome “Diablo”, ele quer que seu nome seja trocado porque ele não gosta com o que se associa com ele: o negro, o obscuro, o diabólico…
E quando eu perguntei sobre seu passado antes dele chegar aqui, ele mostrou preocupação por dois filhotes que estavam a seu lado e pergunta o que aconteceu com eles, com um grande senso de cuidado e preocupação… “
Karen – “Realmente nós havíamos esquecido disto com todo o excitamento de trazê-lo aqui, eu realmente havia esquecido. Quando ela perguntou sobre os dois filhotes, então eu lembrei que havia dois pequenos filhotes de leopardo semisselvagens a seu lado em Rastenburg que ainda não haviam sido criados. Isso havia escapado da minha mente e logo que falamos eu não pude crer… de fato, sim, pude crer, encantada realmente creio que estavam se comunicando”.
Jurg – “Quando ela se comunicou com ele e falamos com ela e ela transmitiu toda a informação de novo para nós, primeiro eu não acreditei, você sabe, são coisas que qualquer um poderia pensar. E quando ela disse algo sobre os dois filhotes que o acompanhavam então tudo mudou, porque agora, de repente, isto é algo que ela desconhecia totalmente.”
Anna – “Também ele foi tranquilizado de que não existe nenhuma exigência aqui, que estão muito felizes e que não haverá demandas físicas, e nem expectativas de exibição e interação, que realmente estão dispostos a deixar ele ser como ele quer ser. E isto deu a ele uma enorme sensação de alívio, tendo dito que é a primeira vez que real e genuinamente se sente interessado em explorar um pouco mais. Agora que sente que não se exige mais que ele saia, real e genuinamente se sente suficientemente relaxado para ter uma curiosidade natural para sair e expandir seus horizontes um pouco”.
E Jurg ficou atordoado quando o leopardo saiu de seu abrigo noturno para o campo mais amplo, nesta mesma tarde. Nos seis meses que o felino havia estado aqui Jurg jamais o viu fora do refúgio noturno.
Então decidiu renomear o leopardo para Spirit.
Jurg -“Dissemos a ele nesta mesma tarde que não mais o chamaremos de Diablo, nós entendemos e concordamos com o lado diabólico… e não é isto que ele representa para nós. E que gostaríamos de trocar o nome dele para Spirit.
Enquanto eu caminhava em direção a ele, pensei: ele perguntou pelos dois filhotes de leopardo. Bem eu estou aqui agora e ninguém está por perto e não parecerei um tolo se ele me ignorar. Eu vou lhe dizer o que aconteceu com filhotes e quando o chamava dizendo-lhe “Spirit”, ele me olhava enquanto estava deitado, eu lhe disse: “com relação aos dois filhotes só quero lhe assegurar e dizer que estão a salvo”.
E não pude evitar quando lhe disse: “Uau você é lindo, lindo”. E ele me deu um: “Au”. Pensei: o que está acontecendo aqui? E falei: “Entende o que lhe digo, quando falo que é o felino mais impressionante?”. E o leopardo: “Au”. E nós conversamos e me respondeu umas 19 vezes, estava ali sentado e totalmente relaxado. É a primeira vez, desde que está conosco, que me sentia confortável com ele. Sentia que ele estava relaxado e que me entendia. Não sei como foi para ele… para mim foi o momento mais incrível”.
Posteriormente na mesma tarde, Anna voltou para checar Spirit e ver como ele ia.
Anna – “Agora estou perguntando a ele como sentiu a comunicação com Jurg através da cerca… Ele disse que é a primeira vez que alguém se expressa direta e verbalmente apreciação por quem ele é realmente, e não como acham que ele é. Isto realmente o surpreendeu. Ele me mostra uma imagem, literalmente, parando bruscamente surpreendido por esta sensação… essa parede de reconhecimento vindo em sua direção. Ele está tão aliviado de que não se lhe exige nada aqui, está tão aliviado que é como se tirasse um peso dos seus ombros.
E quando estava grunhindo de volta, estava dizendo “obrigado” pelas graças, assim: obrigado por cada “graça” que recebe. Estava dando “obrigada de volta”.
Há algo que queira dizer sobre esta reação?”
Jurg – “Creio que falarei disto um pouco mais tarde… não posso acreditar… é incrível… estou sobrecarregado…”
Jurg – “São dois animais diferentes. São duas personalidades totalmente, totalmente diferentes. Temos um felino grunhindo, furioso com todos, bravo por estar aqui, odiando humanos, nos odiando por o termos aqui, sabe, pronto para matar em um instante. Para este leopardo negro relaxado, deitado sobre um tronco no seu refúgio, com esta atitude de … você me reconhece por quem verdadeiramente sou agora e é incrível falar com ele e conseguir que ele te responda de volta”.
Jurg e Karen participaram do workshop de Anna sobre a “comunicação com animais” e a usam regularmente com todos seus animais.
Jurg – “Isto mudou toda minha vida Spirit e a comunicação animal tem me ensinado quando trabalho com meus outros leões… as reações que se consegue… as comunicações recebidas… os sentimentos que você consegue. Às vezes tem leões como a Reina, por exemplo, se está infeliz com algo que aconteceu e eu não fico sentado, me perguntando o que acontece com ela. Ela me conta e posso corrigir e fazê-la feliz, porque ela está a meu cargo… tenho que cuidar dela e fazê-la feliz…”
Quer saber mais sobre Anna e a ciência de comunicação animal?
Visite http://www.animalspirit.org
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